Ana Azevedo nasceu no Porto, Portugal, em 1982. É licenciada em Artes Plásticas, pela FBAUP. Actualmente vive e trabalha no Porto, Portugal. Enquanto artista plástica tem vindo a realizar uma série de exposições individuais e colectivas em Portugal, Espanha, França e China. Os media que utiliza são variáveis, passando pelo desenho, a pintura, a escultura, a fotografia, o vídeo e a instalação. Presentemente tem vindo a assumir, cada vez mais, a importância do desenho no seu trabalho.
Sara Leão, 1983, Porto, Portugal. Foi aluna de Psicologia, passou pelo Teatro Universitário do Minho, estudou Fotografia.
Para a exposição "Reanimation" desenvolveu-se uma colaboração entre Ana Azevedo e Sara Leão. O diálogo entre as duas autoras fez-se partindo da decomposição e análise etimológica da palavra reanimação - começamos a dar alma, dar vida. Do mesmo modo considerou-se a história do espaço, outrora hospital. As obras resultantes assumem-se no formato de vídeo e instalação. Dissemos o sopro vital que é dádiva e respiração e a sua natureza imaterializável. Procuramos vida, a alteração cíclica que provoca nos seres. O conceito de ciclo ressalta imediatamente o papel do tempo, da repetição e do infinito.
O vazio ou o silêncio branco oferecem-se. Pela percepção do nada surge a consciência do todo e do todo novamente obtém-se nada.
Histologia da Cor
O silêncio é branco e hirto. A reanimação surge aqui sob a coloração das formas vegetais, a ressureição dos tecidos pela cor, a percepção dos canais condutores.
Histologia da Cor,
Instalação,
Materiais diversos,
2009
O Eco da Sereia
«As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que o seu canto: o seu silêncio.» Kafka.
O eco testemunha a repetição/imitação. O som contínuo das vozes traduz a passagem do sopro vital.
O Eco da Sereia,
Video-Instalação, 2009
No Meio
O vídeo apresentado trata-se duma representação do ciclo respiratório que, por sua vez, funciona como metáfora das ideias de vida, movimento, morte, suspensão.
No Meio,
Video-Instalação, 2009
Statement
Para a análise do meu corpo de trabalho é fundamental realçar a importância do desenho. Este meio de expressão surge através de variados modos de decifração de modo mais directo ou indirecto. É, na realidade, a linha condutora de algo que pode, à primeira vista parecer desconexo. Tal sucede através das questões que a sua própria natureza levanta. O desenho que existe enquanto processo e também enquanto idealização mental de algo. O desenho que, de modo intuitivo, conjuga a cultura com a fisicalidade.
Interessa-me a génese da criação, inicialmente ocorrendo de modo descomprometido. Em dado momento aproximei-me da temática dos “doodles” (rabiscos) – são um tipo de desenho que, devido às suas características, são normalmente pouco valorizados e mantidos numa marginalidade na qual, normalmente, apenas o seu autor tem acesso. Nascem do aborrecimento.
O meu trabalho procura reflectir sobre a natureza humana e a necessidade de assinalar a sua passagem. Deste modo o tempo e espaço são conceitos essenciais para o delineamento do assunto. A própria acção de desenhar reivindica um tempo e um espaço de um ponto a outro. O resultado gráfico consiste no registo do percurso.
Ana Neves
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