«O título da exposição assume-se enquanto provocação ao observador. Escrito e dito em inglês para ser utilizado como slogan banalizado.
Para a leitura da obra interessa a conquista do orgânico que se processa, aqui, metamorficamente. Trata-se da relação entre opostos que se questionam e interpenetram constantemente de modo mais ou menos subtil. As metamorfoses seguem o sentido do corpo de trabalho da autora. É através destas que se faz o movimento de um extremo a outro: bonito/feio, limpo/sujo, vazio/cheio, prazer/dor, ordem e caos.
É através do percurso de um ponto a outro que surge o desenho e ressalva-se a sua predominância. É o desenho que, de modo intuitivo, conjuga a cultura com a fisicalidade.
O desenho caracteriza-se aqui como uma espécie de meditação física e espiritual. A mão relaciona-se, mais directamente, com a expressão da emoção. Do ponto de vista filosófico esta atitude demonstra a aceitação do corpo, dos seus limites e dificuldades. É este auto-conhecimento que vai ser enriquecedor para a experiência estética e para a sublimação das inquietações do artista enquanto ser humano.
A metamorfose é antes uma fusão num mesmo ponto e o que era invasão descobre-se qualidade essencial.»
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